segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A propósito (inflizmente!) dos incêndios

Talvez ainda não tinha feito referência mas a nossa Vinha do Pombal, tem cerca de 1 ha,  envolvida em 4ha na sua totalidade.
Ao fundo, atualmente encontra-se assim, vinha ao centro e limpa no seu redor.



Poucas são as palavras para descrever os horrendos acontecimentos nas ultimas semanas com as florestas portuguesas.

(foto: in Publico)

Aldeias e Vilas destruídas, trabalho de uma vida por àgua abaixo...
Bombeiros exaustos e sem forças.


(foto: in Publico)

Ar completamente irrespirável... Responsáveis por tudo isto, impunes!

(foto: in JN)

Atualmente levantam-se algumas questões, relativamente à limpeza dos terrenos, batendo sempre na mesma porta: A limpeza dos terrenos abandonados é da responsabilidade dos proprietários ou da camara?

Não tenho resposta. Mas posso falar do que nos diz respeito.


Concentrando alguma atenção nas minhas ideias, por altura da Primavera, o Mildio já tinha destruído parte da produção um pouco por toda a região do Douro, nalguns casos, não por falta de tratamento, mas por dias consecutivos de chuva que impossibilitou o seu tratamento.

E como, já fiz referencia aqui, as nossas vinhas foram passando literalmente pelo meio das pingas da chuva.

Como não usamos herbicidas, a erva em redor da vinha cresceu e muito!



Ao fundo, cerca de 3 ha de mato em volta da vinha (vinha ao centro), era para mim assustador, não queria sequer imaginar o que o calor abrasador da região poderia fazer.


(ANTES)

Por isso contratei um serviço de limpeza, e tratamos de desmatar toda a area envolvente. Um serviço caro, mas necessário para manter a vinha segura.


(DEPOIS)
.
O trabalho, a dedicação, o tempo, que havido sido prestado a estas Vinhas Velhas do Pombal, justificava de longe este investimento.

(BULLDOZER EM ACÇÃO)

Como é nossa intenção vir a plantar no futuro algumas variedades, o trabalho ja ficou, também ele, adiantado.



Como disse anteriormente, os terrenos abandonados, esses, até se sabe de quem são, mas "ninguém quer saber."


Já algum tempo falo sobre o ano de 2016 e hoje relembro um pouco do que penso. Sem querer fazer futurologia, creio que este ano, em geral, não será grande ano para o vinho (como digo, espero bem, estar enganado...!!!)

2016 é um ano bissexto, e segundo o provérbio: "Ano bissexto, não cabe nada no cesto".

Também a história do Vinho do Porto, conta isto muito bem... Os anos terminados em 6, salvo 1966, que até houve Quinta do Noval Nacional, todos os restantes do que há história, foram muito fracos, dando origem a poucos vinhos com qualidade ou mesmo nenhuns.

Para a agricultura em geral, Amendoeiras, Cerejeiras, Castanheiros, etc este ano é para esquecer...




Inflizmente, o meu incendio, foi afinal, a queda de granizo :( 

Negócio a céu aberto é assim mesmo, incerto.